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12 junho –

Com o Open Finance, empréstimos serão mais baratos e fáceis de obter

O avanço do Open Finance vai transformar os serviços de crédito no Brasil e em outros países, trazendo taxas de juros mais baixas e maior comodidade

Alexandre Pinto, VP de Produtos Bancários

O Open Finance está se expandindo rapidamente no Brasil, permitindo que instituições financeiras compartilhem dados de clientes que concordaram em participar. Essa iniciativa traz uma excelente oportunidade para bancos e fintechs combinarem dados de clientes de várias fontes para melhorar a análise de crédito e reduzir as taxas de juros para consumidores e empresas. O Open Finance também pode catalisar a expansão de ofertas de empréstimos com garantia, o que pode reduzir ainda mais o custo do crédito. A redução das taxas de juros é essencial para o Brasil porque o país tem as taxas mais altas entre as 40 maiores economias mundiais. A redução dessas taxas aumentaria significativamente o acesso ao crédito e impactaria positivamente a economia do país. Vamos discutir como as instituições financeiras podem usar o Open Finance para atingir esse objetivo.

A redução das taxas de juros é essencial para o Brasil porque o país tem as taxas mais altas entre as 40 maiores economias mundiais. A redução dessas taxas aumentaria significativamente o acesso ao crédito e impactaria positivamente a economia do país. Vamos discutir como as instituições financeiras podem usar o Open Finance para atingir esse objetivo.

Open Finance no Brasil

O projeto Open Finance Brasil (inicialmente chamado de Open Banking) foi lançado há dois anos. Como iniciativas semelhantes em outros países, é um projeto liderado pelo Banco Central que exige que as instituições financeiras compartilhem dados de clientes que concordaram em participar. Visa aumentar a concorrência nos serviços financeiros e torná-los mais acessíveis.

Inicialmente, o Banco Central exigia que os bancos compartilhassem informações públicas sobre seus produtos e serviços. Mas esse escopo foi ampliado nas etapas subsequentes. Atualmente, o projeto engloba informações sobre o cliente, movimentações financeiras da conta e do cartão, limites de crédito e contratos de empréstimo. Seguros, fundos de previdência e investimentos devem entrar nas fases subsequentes do projeto, ainda neste ano.

O Open Finance faz parte de uma transformação mais ampla nos serviços financeiros. Os bancos digitais aumentaram o número de consumidores que utilizam esses serviços de 60% da população brasileira para 80% nos últimos anos. Y las transferencias instantáneas de dinero, llamadas Pix en Brasil, se han convertido en el método de pago más utilizado en solo dos años desde su lanzamiento en noviembre de 2020.

O empolgante potencial do Open Finance

O número de consumidores que concordaram em compartilhar seus dados avançou bastante nos dois anos desde que o Open Finance começou no Brasil, ultrapassando 18 milhões. Economistas preveem que 60 milhões de brasileiros participarão do esquema em 2025. Os benefícios potenciais desse compartilhamento de dados são muitos. Aqui estão alguns exemplos de coisas que as pessoas poderão fazer quando o Open Finance estiver mais amplamente implementado:

  • Criar contas bancárias com menos burocracia, pois os bancos buscarão as informações do cliente em outras instituições.
  • Fazer um pagamento em uma loja online por meio de iniciadores de pagamento, sem ser redirecionado ao site do banco para autenticação e autorização
  • Pagar prêmios de seguro reduzidos graças à disponibilidade do histórico do cliente em outras seguradoras
  • Conseguir empréstimos com menos burocracia e com taxas de juros menores, já que a financiadora terá dados mais completos para avaliar o cliente
  • Enviar facilmente uma proposta de crédito a diferentes instituições e comparar as suas ofertas

Apesar desse potencial empolgante, ao contrário do Pix e dos bancos digitais, o Open Finance ainda não mudou a vida financeira dos brasileiros. E o crédito é um serviço crucial para essa transformação.

Empréstimos com Open Finance

O Brasil tem a maior taxa de juros real entre as 40 maiores economias do mundo, segundo estudo recente da Infinity Asset Management. A redução dessas taxas facilitaria o acesso ao crédito e impactaria positivamente a economia do país. Esse é um dos principais objetivos do Open Finance.

Já que o Open Finance existe há dois anos no Brasil, o que falta para ele realmente melhorar o acesso ao crédito e reduzir os juros? Há duas coisas que as instituições financeiras devem fazer para acelerar esse processo. A primeira é enriquecer as informações do Open Finance com dados de outras fontes. A segunda é oferecer empréstimos com garantia para os consumidores. Vamos discutir esses dois caminhos.

Enriquecimento das informações

Complementando os dados do Open Finance com informações de outras fontes, as instituições financeiras podem calcular as pontuações de crédito com mais precisão. Essa melhoria deve resultar em taxas de juros mais baixas para bons pagadores.

Desde 2011, o Brasil dispõe de dispositivos legais para que as instituições financeiras mantenham cadastros de pessoas que pagam suas dívidas em dia. No entanto, a maioria das instituições financeiras não utiliza efetivamente esse cadastro positivo. A principal razão para isso é que, até 2019, os clientes precisavam autorizar explicitamente a inclusão de seus dados. Agora a inclusão é automática, o que permite a utilização destes dados para enriquecer as informações recolhidas através do Open Finance.

Outra fonte prolífica de dados de clientes são os serviços financeiros embutidos em aplicativos não financeiros – a chamada embedded finance. Muitos varejistas, empresas de transporte e de serviços públicos, por exemplo, oferecem serviços financeiros a seus clientes e coletam informações sobre eles. Essas informações seriam muito úteis no cálculo do score de crédito desses usuários.

Os dados da embedded finance são volumosos. Os sistemas financeiros tradicionais normalmente não conseguem lidar com eles porque foram projetados décadas atrás, quando os volumes de dados eram muito menores. Assim, as instituições precisam de uma plataforma de processamento de pagamentos de alto desempenho para aproveitar ao máximo essa abundante fonte de dados.

A plataforma de serviços financeiros da Pismo está pronta para a tarefa. Ele pode processar com eficiência centenas de milhões de transações BNPL diariamente e gera um rico fluxo de dados sobre os usuários e as transações que eles fazem.

Empréstimos com garantia

A maioria dos brasileiros paga pelo menos parte de suas compras no varejo em prestações. Esses pagamentos geralmente são feitos com cartão de crédito, uma forma de empréstimo sem garantia. Na verdade, com exceção do financiamento imobiliário e de automóveis, os empréstimos ao consumidor geralmente não são garantidos. No entanto, algumas instituições financeiras estão começando a oferecer empréstimos garantidos aos consumidores com taxas de juros mais baixas. Esse tipo de empréstimo tende a se tornar mais comum à medida que o Open Finance avança.

Recebíveis de cartão de crédito são boas garantias porque são abundantes e apresentam baixo risco. A B3, dona da bolsa de valores brasileira, oferece registro de recebíveis de cartões para as adquirentes de meios de pagamento. E alguns de seus clientes já usam esses ativos como garantia ao emprestar para varejistas.

A B3 também está começando a oferecer registro de duplicatas, o que traz a oportunidade de usar esses ativos como garantia, especialmente em empréstimos corporativos. Eles movimentam US$ 3 trilhões anuais no Brasil, muito mais do que as transações com cartão de crédito. A B3 utiliza um sistema de registro de ativos de alto desempenho para prestar esses serviços. Ele foi construído com base na plataforma Pismo de serviços financeiros.

Os certificados de depósito bancário (CDBs) também podem ser usados para garantir empréstimos. No entanto, os bancos brasileiros só podem usar seus próprios CDBs como garantia. Com a evolução do Open Finance, o intercâmbio de dados permitirá que as instituições utilizem CDBs emitidos por outras empresas para esse fim.

A tokenização de ativos trará mais opções para garantir empréstimos. Por exemplo, uma pessoa que investiu em um fundo de previdência pode precisar de dinheiro por algum motivo. Em muitos casos, sacar dinheiro desse tipo de fundo implica perdas por se tratar de um investimento de longo prazo. Uma pessoa nessa situação poderá tokenizar seu saldo e usá-lo como garantia para obter um empréstimo com juros baixos.

Um futuro animador

Considerando todas as oportunidades que o Open Finance traz para bancos e fintechs, prevemos uma jornada empolgante pela frente. Veremos uma transformação no mercado de crédito que beneficiará consumidores e empresas nos próximos anos. O Banco Central do Brasil estabeleceu as bases regulatórias para essa evolução. E a tecnologia para processar o enorme volume de transações e eventos de dados já está disponível.

Vale notar que o Banco Central estabelece que as instituições devem compartilhar dados financeiros por meio de interfaces de programação padronizadas, as APIs. Elas são a base da comunicação de dados em plataformas modernas de processamento de transações como o Pismo. Temos o prazer de apoiar bancos e fintechs na implementação de projetos de Open Finance e no uso dos dados compartilhados para atender melhor aos clientes.

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